sábado, 21 de agosto de 2010


Mensalmente, sente uma dor nas entranhas tão absurda a ponto de fazê-la gritar e implorar a Deus por misericórdia. Segundo o pai, - não Deus, o pai biológico - este é o sinal evidente do karma que carrega por ter feito um aborto na encarnação passada. Ela gosta de crianças. Crianças e animais. Seu ex-namorado olhava pra ela com olhos macios e encantados quando ela falava carinhosamente sobre o amor que sente pelos animais ou sobre a beleza de alguma criança que viu na rua. Naqueles momentos sentia que ela era a mulher com quem iria se casar. O namoro deles durou um mês. Tempo suficiente para ele amá-la loucamente, morrer de ciúmes dela, sentir pavor ao pensar em perdê-la, mandar aproximadamente 500 mensagens pro celular dela, fazer declarações de amor típicas de quem nem saber o que é amor, apresentar a bela moça pra todos os amigos, para os vizinhos, para a família, para os conhecidos e para os animais de estimação, que a odiaram. Tinham ciúme dele. Namoraram tempo suficiente para ela saber quem ele de fato era. Aliás, ela sabia perfeitamente quem ele era desde a primeira vez que ficaram. Ignorou sua intuição porque os amigos dizem que ela é impaciente demais. De qualquer forma, o ex-casal viveu muito bem esses pouco mais que 30 dias de união. Ela tem saudade dele.

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